sexta-feira, 24 de abril de 2009

Safari(me) pela planície alentejana à antiga 2!



A esta hora, já sol desceu pelos abismos, mas ainda há uma pontinha de claridade. No fundo azul escuro há uns tons de laranja, esses tons de laranja são o verde da esperança para melhores dias que hão-de vir. Daqui avista-se o miradouro da Vila de Ourique e o mato circundante, ouvem-se vozes por lá, apenas murmúrios, e dizem que o milagre de Ourique vai acontecer de novo. Mas, ainda há mouros? Não me digam que lá vão eles rebolando pela ladeira abaixo...?


Gosto desta imagem porque me lembra e faz-me pensar que as pessoas são um pouco como esta árvore. Porque vezes demais as pessoas chegam ao fim do dia sós, desamparadas, sem ninguém para partilhar o dia que tiveram, os altos e baixos, sem ninguém para conversar onde realmente se fala e se é ouvido(a).
E sem estas trocas verdadeiras de energia, de sentidos e sentimentos, de conhecimento, um estranho vazio se vai apoderando de todos nós, algo que a mais moderna tecnologia não soluciona.
Hoje, estamos todos ligados mais do que nunca, MSN, telemóvel, auto-estradas, e-mail, eu sei lá o que vai por aí... e ao mesmo tempo estamos cada vez mais isolados, cada vez mais sós na nossa concha, numa espécie de casulo que a sociedade e nós próprios fabricamos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Viva!
E vá subidas e descidas... por as veredas não existem só na planície!
Rebolem-se na lama... e não cuspam como os lamas, sff!
Pois! A solidão é hoje a companheira mais fiel de quase todos nós, rejeitamo-la mas desejamo-la e vive numa ambivalência quase doentia.
É visível nos jovens, que estão num café com amigos e a trocar sms com pessoas que estão noutro sítio, parece que querem viver e estar em mais dimensões no mesmo minuto.
Vivemos de modas, que vão e que voltam e temos como companheira a solidão…
Descuramos tanto as relações interpessoais e vivemos escondidos atrás de telemóveis, de computadores e muitas vezes de nós próprios!

Raramente se sabe o que se quer... e tão pouco o que não se quer...
no fundo... acredito que a bipolaridade vai aumentar...

Beijinhos… não caías na teia… mantém-te na vereda!

Anônimo disse...

a vida é mesmo assim...evoluimos (não sei se no melhor sentido)sem hipoteses de retrocesso...estamos tão proximos...(ainda ontem falámos...como temos falado outras vezes até às tantas e só nos vimos uma vez...)mas sempre longe...e falamos tantas vezes porquê? porque não temos ninguém quando chegamos a casa...é uma opção, evidente, mas há dias que estamos como essa arvore...tombados...e só precisávamos de um empurrãozinho...por outro lado...a liberdade tem o seu preço...que eu pago todos os dias...

Anônimo disse...

Vivemos numa sociedade que sonha com outros valores (ou desvalores), onde cada vez mais se prefere a “solidão” . Mas será que estamos assim tão sós???? Ouve tempos em que sozinha me perdia…….hoje, sozinha me reencontrei, e garanto-te que não é assim tão mau. Aliás, de momento não troco por nada deste mundo…a liberdade que conquistei….tem um preço….a minha Felicidade!!

Cada vez mais, as pessoas, preferem o prazer da carne , ao invés do prazer da Alma, bom mesmo seria juntar as duas, não concorda??

Cada vez mais as pessoas preferem os momentos...passam e diluem-se no tempo...

Um dia, ainda, dou com a minha vereda e, sim tento ter cuidado com as estevas e as pedras soltas….Mas, até elas nos fazem crescer…..uma bjoca pra ti.

Wk