terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A Restauração da Independência

Defenestração de Miguel de Vasconcelos

O primeiro dia de Dezembro de 1640 amanheceu puro e alegre...

Assim o afirmam quantos viveram essa data gloriosa da História de Portugal. Deve ter sido uma daquelas manhãs de Inverno bem Lisboetas - frias, doiradas pelo sol. Mas, mesmo que fosse chuvosa, ou o céu trovejasse pesado e escuro, no coração do Povo português ficaria sempre recordada como a mais alegre manhã de que há memória.

Os fidalgos portugueses que tinham resolvido restaurar a independência portuguesa, aclamando Rei o Duque de Bragança, dirigiam-se discretamente para o Terreiro do Paço.

Na sé, o relógio da torre começa a badalar, e, como por encanto, os conjurados descem dos coches, saltam dos cavalos, estugam o passo à uma, entram em grupo no Palácio da Ribeira, desembaraçando-se das capas, empunhando pistolas, desembainhando espadas.

É o ataque de surpresa. Em poucos minutos, dominam a guarda alemã da Vice-Rainha, derrubam as alabardas, invadem as salas a caminho do gabinete de Miguel de Vasconcelos, o Secretário de Estado, traidor aos Portugueses.
Não o encontram. Teria fugido? Mas uma negrinha de grandes olhos espertos aponta um armário. Abrem-no. Miguel Vasconcelos sai, branco de espanto, e é logo morto.
Batalha de Montes Claros

Os conspiradores tinham desempenhado as funções e ocupado os postos previamente combinados. O largo terreiro é já um mar de gente. O povo ocorre, da Ribeira, da Rua Nova, do Rossio, abandonando lojas e serviços, gritando, num entusiamo novo, dançando abraçado, como numa festa antiga.

Abrem-se janelas do Paço e surge D. Miguel de Almeida, de espada erguida, as lágrimas rolando sobre a barba branca:

- Liberdade, Portugueses! Viva El-Rei D. João IV!

Nos tempos que correm, é vulgar assistir por aí, a ideia de que a nossa independência não é necessária. De que podemos depender dos outros, seja da União Europeia, seja dos E.U.A ou dos espanhóis. E até que seríamos mais bem governados se o fôssemos por outros.

Questiono-me! Que pobres almas são estas que se vendem por meia-dúzia de tostões, que traem a sua pátria? Esses alegres pensadores, alguns até ilustres escritores da nossa praça, deveriam ter mais juízo e respeito por Portugal!
Viva Portugal!
Texto introdutório In Portugal História e Geografia

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